Deu no Correio Braziliense de hoje:
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UnB é campeã no uso de cartões
Instituição de ensino ocupa o 1º lugar no ranking de despesas das universidades por este sistema de pagamento. Cifra de 2008 supera a soma dos montantes de todas as outras cinco que mais gastaram
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por Mirella D’Elia
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Há quatro anos a Universidade de Brasília (UnB) está no topo da lista de instituições públicas de ensino superior do país que mais gastam com cartões corporativos. Dados do Portal da Transparência (www.transparencia.gov.br) — site lançado em 2004 pela Controladoria-Geral da União (CGU) com informações sobre a aplicação de recursos públicos — revelam que, só entre janeiro e novembro de 2008, a UnB gastou, ao todo, R$ 974, 4 mil com os cartões. O fechamento dos números deverá revelar que o ritmo de gastos será o mesmo de 2007 — quando esse valor chegou a R$ 1,2 milhão.
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A cifra do ano passado já supera em R$ 25 mil o total utilizado, no mesmo período, pelas outras cinco universidades federais que também estão entre as campeãs de uso dos cartões. Juntas, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Universidade Federal do Piauí (UFPI) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) gastaram R$ 949,4 mil no ano passado.
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Uso maior desde 2004
A análise dos dados do Portal da Transparência revela que a diferença entre as despesas da UnB e das outras cinco universidades públicas que lideram o ranking é expressiva. Se a comparação for feita apenas com a segunda colocada, o valor é superior em quase R$ 700 mil. A UFSM utilizou R$ 288,3 mil no ano passado com cartões. Já a UFMG teve um gasto de R$ 133,3 mil no mesmo período — quase R$ 850 mil a menos. Além disso, o uso dos cartões por servidores da UnB cresceu de forma expressiva entre 2004 e 2008, passando de R$ 173, 7 mil para R$ 974,4 mil.
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Decano de Administração e Finanças da instituição, Pedro Murrieta afirmou que a elevação das despesas com cartões deve-se aos investimentos feitos em pesquisas. Segundo ele, além dos cerca de R$ 600 milhões que a UnB recebe por ano do governo federal, a universidade possui um sistema próprio de captação de recursos, de R$ 320 milhões anuais. A maior parte desse dinheiro, completou, é investida em pesquisa. “Com a captação própria, podemos jogar muito mais em pesquisa do que as outras. Por causa disso, o nosso uso (dos cartões) é maior”, informou.
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Entre os gastos que mais chamam a atenção, aliás, destacam-se os saques elevados, feitos em caixas eletrônicos, por pesquisadores. Um professor da UnB fez sucessivos saques de R$ 1 mil no ano passado, totalizando R$ 51 mil. Segundo Murrieta, neste e em outros casos de trabalhos em lugares remotos, os saques são necessários para pagar despesas. De acordo com o decano, a UnB possui um sistema de controle próprio. “O nosso controle é muito rigoroso. O fato de nós termos um uso maior não tem nenhum mal”, disse Murrieta, sem descartar, no entanto, a hipótese de fraude: “Não existe sistema à prova de irregularidade”. Segundo ele, a UnB utiliza cerca de 200 cartões corporativos por ano.
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A CGU informou que não detectou problemas nas contas da universidade. “No que se refere ao alegado crescimento dos gastos da UnB por meio do cartão, isso não é necessariamente um mal, e, inclusive, já era esperado”, declarou o ministro Jorge Hage. O órgão declarou que os gastos com cartões corporativos, em todo o governo, caíram 28% entre 2007 e 2008.
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As recordistas
UnB é líder nos gastos com cartões corporativos em 2008
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Instituição - Gasto Fundação
Universidade de Brasília - R$ 974,4 mil
Universidade Federal de Santa Maria - R$ 288,3 mil
Universidade Federal do Paraná - R$ 203,4 mil
Universidade Federal da Paraíba - R$ 170,4 mil
Universidade Federal do Piauí - R$ 154 mil
Universidade Federal de Minas Gerais - R$ 133,3 mil
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
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