terça-feira, 17 de junho de 2008

Votação da Paridade na UnB: visão do Jornal do Brasil

17/06/2008
JORNAL DO BRASIL

ENSINO SUPERIOR

FOI UM JOGO DE CARTAS MARCADAS A DECISÃO do Conselho Universitário da Universidade de Brasília que decidiu pelas eleições paritárias do futuro reitor. Não houve, precisa ficar bem claro, qualquer irregularidade. A reitoria, porém, conduziu os votos de forma a garantir a vitória do sim, ou seja, do voto paritário entre professores, funcionários administrativos e estudantes.
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A maior parte do conselho, conhecido pela sigla Consuni, é composta por professores. Não era segredo, também, que a maior parte dos professores votaria não, pela manutenção das regras do jogo, vinculadas à legislação que determina o voto ponderado. Era uma decisão transparente, pois os professores traduziriam as posições tomadas pelos colegiados dos institutos, quase todos favoráveis à manutenção das regras.
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Do outro lado, dava-se como certo também que os oito votos dos estudantes e os seis dos funcionários seriam favoráveis ao sim e, portanto, à paridade. À medida em que se recolhiam os votos, todos eles dados abertamente, o não aparecia com grande maioria. É que 26 professores votaram a favor do não. A eles somou-se o representante dos ex-alunos. Dessa forma, o voto ponderado ficou com 27 votos. Só 11 professores votaram pelo sim.
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Feitas as contas, daria uma vitória do não, por 27 votos a 25. Durante todo o processo de votação, porém, os representantes dos alunos mostravam tranqüilidade. Sabiam a razão. Os últimos a votar seriam os integrantes da Mesa Diretora. Todos eles nomeados pelo reitor interino, Roberto Aguiar. Não deu outra. Três representantes de órgãos ligados à administração da UnB, mais os cinco decanos e por fim reitor e vice-reitor, todos votaram pelo sim, garantindo a vitória da paridade. Quatro votos deixaram de ser recolhidos, três de professores ausentes e de uma professora que representava interinamente o seu instituto.
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Mas, aqui entre nós, há quem duvide de que tudo isso tenha grande importância. Afinal, em muita universidade e inclusive da UnB já houve, eleitos pelo voto direto, reitores com boa atuação e outros com péssima gestão. O mesmo aconteceu com eleitos pelo voto ponderado. Talvez não seja esse o fator preponderante.
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Bem ou mal, já se começa a falar em um apelo para que Roberto Aguiar aceite candidatar-se à própria sucessão.

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